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“A Trindade limitou-se.” Como assim? Calma! Eu explico!

Sem um pingo de dúvidas, a Divindade não tem limites, entretanto, limita-se a fim de proporcionar-nos a dádiva da salvação. Exatamente! Não que essa limitação seja necessária ao Deus Trino, mas se faz necessária a nós, humanos finitos.

Essa reflexão escrita é fruto de uma conversa informal, de certa noite, com um amigo lá no seminário. Estávamos pensando exatamente sobre a bondade de Deus e em suas formas de apresentar-se ao homem. Pensamos, por um bom tempo, sobre a infinitude de Deus, mas não conseguimos chegar à nenhuma conclusão palpável. Começamos, então, a pensar em como Deus se manifesta por meio das limitações:

Deus Pai limita-se em sua revelação. Deus é infinito, tremendo, gigante, imenso, incalculável. Mas jamais conseguiríamos conhecê-lo se Ele não tomasse a iniciativa de se revelar ao homem rebelado. Jamais conheceríamos a totalidade do ser de Deus, por isso, o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.” (Rm 1.19). Deus só nos manifesta o que sobre Ele podemos conhecer. Deus, o Pai, portanto, se limita em sua revelação, a fim de que nós sejamos salvos. Glórias a Ele, por sua revelação e pelo plano de redenção traçado antes da fundação do mundo!

Deus Filho limita-se, claramente, em sua encarnação. O apóstolo Paulo diz que ele humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à cruz (Fp 2.8). A divindade ilimitada limita-se ao tempo, ao espaço e à matéria a fim de fazer a mediação entre o homem 100% pecador e o Deus totalmente santo. O “Logos” fez-se carne e armou entre nós a sua tenda, limitando-se por nós! Proporcionando-nos justificação, santificação, salvação eterna! Glórias ao Filho de Deus, mediador único e universal entre o homem e Deus! Glórias a Jesus pela sua encarnação.

O Espírito, por sua vez, limita-se em sua atuação. O Espírito Santo foi o agente da revelação especial de Deus, porque foi Ele quem inspirou toda a Escritura. Porém, agora que o cânon das Sagradas Letras fechou-se, o Espírito limita-se a iluminar tudo quanto já foi revelado. Durante mais de 1000 anos, enquanto a Bíblia vinha sendo escrita, o Espírito empenhou-se em revelar tudo quanto o Pai predeterminara. No entanto, nos nossos dias, uma das áreas do ministério do Espírito Santo é iluminar tudo o que Ele já revelou, por meio dos seus santos profetas e apóstolos (ilustrando, assim, os, Antigo e Novo, Testamentos). Sendo infinito em poder, tanto quanto as outras duas pessoas da Trindade, limita-se em sua atuação, atendendo aos desígnios da Divindade a fim de, repito, proporcionar-nos a salvação.

Entender isso deve nos levar a uma devoção mais e mais sincera. Entender que o infinito, grandioso e incompreensível ser trinitário de Deus decide deliberadamente limitar-se à esfera da compreensão humana “apenas” para redimi-la não pode produzir em nós nenhum outro sentimento que não o de amor e gratidão profundos! Nosso intuito é produzir em seu coração, leitor, cada dia mais apreço pela Trindade revelada nas Escrituras. Nosso intuito é produzir, com essa reflexão, único e exclusivo louvor ao Deus que nos salvou!

Ao Deus trino, ilimitado e, ao mesmo tempo, limitado: louvor, honra e glória pelos séculos dos séculos! Amém!

Em Cristo,

Eric de Moura

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