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A tarde e a noite do dia  (25/02) foi a manifestação do caos para quem faz uso do transporte público na cidade de São Paulo e região metropolitana. Com as fortes chuvas que atingiram a capital, muitos pontos da cidade ficaram submersos. Na região da Vila Prudente (Zona Leste) a água submergiu diversos carros e ilhou muitas pessoas. Santo André, no ABC Paulista, teve diversos pontos de alagamento com águas chegando a quase um metro e meio. Não faltou enchente. Não faltou água em São Paulo ontem.

“Peraí!” Faltou água sim! As represas continuam com baixíssimos volumes de água disponíveis para a população paulistana; ainda há racionamento, ainda existe o risco de faltar água de vez.

São Paulo vive o paradoxo: cheio e vazio; abundância e escassez; excessivo e racionado. O mesmo bem, a mesma água. A diferença está em uma questão vital (e óbvia, também): São Paulo padece por falta de água potável, límpida e cristalina; pura e brilhante. São Paulo está cheio de água barrenta e poluída; uma água que transborda das galerias de esgoto da cidade; que traz consigo doenças, algumas fatais. São Paulo sofre porque lhe faltam mananciais de água pura.

Muitas vezes os cristãos estão parecidos com a maior metrópole brasileira: vivendo o paradoxo do cheio e do vazio. Talvez eu esteja assim, talvez você esteja assim. Cheio, e ao mesmo tempo, vazio de água.

Tomo como exemplo a mulher samaritana, encontrada por Jesus à beira do poço: uma mulher cheia de águas barrentas: desilusões, imoralidades, tristeza, discriminação. Vazia de água limpa. Corria ao poço todos os dias, mas aquela água não lhe lavava a alma, não lhe purificava a mente, não lhe curava o coração. Corria de volta para suas desilusões e enchia-se de águas turvas, sujas, poluídas. Até que encontrou-se com Aquele que prometeu que do interior dela fluiriam rios de águas vivas, que jorrariam para a eternidade.

Escrevo pensando em mim, em todas as vezes que rejeitei as limpas águas do amor de Deus em troca das águas sujas do pecado. Escrevo com tristeza o coração pela nossa inconstância diante de Deus e frente ao Seu amor. Diferente de São Paulo, os reservatórios das “águas potáveis de Deus” não se esgotaram e jamais se esgotarão.

O problema é que nós deixamos de procurar tais reservatórios. O problema é que aparentemente as águas sujas nos preenchem e nos saciam, mas por pouquíssimo tempo. Logo após voltamos a ter sede, e a procura-las, sem sucesso, sem paz, sem descanso. E assim vivemos: tão cheios… mas tão vazios!

Que Deus, por sua infinita bondade, nos conduza sempre à fonte de águas tranquilas (Salmo. 23.2), onde há refrigério para a alma de todo aquele que é pastoreado por Deus!

 

Em Cristo, a fonte de águas vivas,

Eric de Moura

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