babilonia

Os últimos dias têm sido intrigantes e polêmicos. O motivo? A estreia de mais uma novela da Rede Globo de Televisão, intitulada “Babilônia”. A telenovela estreou na segunda-feira, 16/03, de modo digno de seu nome: brigas familiares, usura e – o que mais chocou a população cristã-evangélica deste país – um beijo homossexual, envolvendo duas atrizes da terceira idade, Fernanda Montenegro e Nathália Timberg.

Sucedeu-se uma série de protestos nas redes sociais, envolvendo pedidos quase suplicantes para que os cristãos não assistissem à dita novela e boicotassem à emissora de televisão neste horário. A Frente Parlamentar Evangélica manifestou-se, em nota, repudiando a atração televisiva e interpretando o beijo homossexual como uma clara afronta aos cristãos. Seguiu-se, nas redes sociais, uma troca de “delicadezas” entre os meios de comunicação, com piadas e ridicularização dos evangélicos, além de um pronunciamento de Fernanda Montenegro a uma coluna da Revista Veja:

“Todos temos o direito de se [sic] posicionar. O problema é a radicalização desse pensar e no que ele pode se transformar. Não pertenço aos exércitos que estão se formando por aí. Não precisamos desses exércitos. É uma caça às bruxas o que estão propondo, de todos os lados.”[1]

Referindo-se ao passado negro da Era Medieval, Fernanda, aparentemente, condena qualquer forma de imposição, sem levar em conta a imposição midiática da homossexualidade. Mas, não será este o foco desse artigo. O que mais me espantou não foi a Rede Globo (ou qualquer outra emissora) fazer uso de elementos imorais para atrair a atenção dos telespectadores deste país… Não! Da Rede Globo eu não esperava nada melhor, visto que ela nunca se disse empenhada em defender ou sequer apresentar os valores bíblicos de moralidade.

O que me espanta é ver que, para os cristãos desligarem as televisões e se revoltarem, foi necessário um apelo nacional, que partiu (pasmem!) do Congresso Nacional, uma casa que, diga-se de passagem, está longe de ser cristocêntrica.

Minha crise não é com as emissoras promíscuas e vendidas ao sistema caído, mas com cristãos que estavam tão acostumados à rotina de adultérios, fornicações, imoralidades, assédios, divórcios, pilantragem, estelionato, jogo de poder e manipulações que só acordaram quando o assunto caiu no “tabu” homossexualidade. Meus questionamentos não trazem à baila a ética organizacional de uma empresa mundana, mas traz para discussão a acomodação que mostrou-se real e gritante, pelo fato de que até a sexta-feira anterior (13/03), todos assistiam às novelas “numa boa”.

Minha crise não é apenas com o beijo homossexual de duas senhoras de mais de 80 anos (embora isso me escandalize, mas eu não vi!), mas envolve uma tristeza profunda por toda a cultura demoníaca que permeou as famílias cristãs tradicionais. Será que apenas a homossexualidade afeta os valores da família, ou todos os outros desvios morais (eu prefiro chamar de pecados) também não atingem os valores bíblicos e espirituais para uma família saudável? Será que o alto índice de famílias desestruturadas e falidas não está diretamente ligado aos valores intrínsecos a ela e que lhe foram plantados durante décadas e décadas de novelas e seriados imorais?

Já passou da hora do evangelicalismo brasileiro acordar e posicionar-se em relação às imoralidades que encontramos em nosso país. Não digo apenas aquelas que a mídia expõe, mas aquelas que encontramos diariamente nas ruas, nos ônibus… Digo não apenas de imoralidades sexuais, mas de desvios de caráter econômicos, sociais, políticos. É tempo de a Igreja Brasileira levantar sua voz, não em protestos desvairados e fundamentalistas, mas em oração ao Trono da Graça, com a finalidade de, cheia do Espírito, ser um protesto vivo, dando comida ao faminto, água ao sedento, evangelho ao perdido, ajuda aos desvalidos, realicerçando as famílias sobre a Palavra e sendo canal de graça aos desgraçados.

Finalmente, fica minha oração para que o Senhor da Igreja desperte-nos à liberdade do jugo pesado que a mídia e o mundo nos impõe e nos leve ao descanso livre e espontâneo de Sua doce presença!

 

Em Cristo,

Eric de Moura

[1] Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/quanto-drama/entrevista/fernanda-montenegro-fala-sobre-campanha-contra-babilonia/

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