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Mateus 6. 24 “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom”.

Mamom é um termo bíblico usado para descrever riqueza material ou cobiça. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica (מָמוֹן) “Mamom”, que significa literalmente “riqueza”.[1] O texto bíblico apresenta a incompatibilidade entre Deus e Mamom e faz um apelo ao ser humano que decida a quem vai servir, deixando transparecer que a grande questão aqui é a regra seguida por cada um. Deus segue a regra da justiça, da partilha e igualdade, enquanto a regra do dinheiro é a injustiça que causa divisão, opressão e exploração. Infelizmente, nos dias atuais, cada vez fica mais evidente a opção pelo deus Mamom, inclusive por parte de muitos que se dizem cristãos, lembrando que a advertência dada no texto inicial é feita justamente a religiosos da época de Cristo que não conseguiam colocar o dinheiro na perspectiva correta, ou seja, a de servo. O dinheiro deve ser utilizado para promover a justiça e a igualdade e, consequentemente, trazer vida a todos. Isso só será possível se estiver na posição de servo.

       Entendemos melhor este princípio quando olhamos para o universo, pois vemos que todos os seres vivos na terra dependem das criações primárias de Deus, a fim de obter o seu sustento e de suas famílias. No seu ato criativo, Deus proveu sua criação de todos os elementos essenciais para a manutenção  da vida (Gênesis 1). Como podemos observar, somente a partir do quinto dia Deus cria os seres vivos que habitarão a terra recém-criada. Note que só depois de prover sua criação com todos os elementos necessários para o sustento da vida é que Deus introduz os primeiros animais. Em relação ao ser humano, somente após preparar um local específico com vários elementos necessários à vida humana, Deus cria o homem e o cerca de todos os recursos necessários a sua sobrevivência.  A partir desta perspectiva, o salmista declara que “Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Sl 24.1). Tudo pertence a Deus; somos apenas mordomos colocados para administrar os recursos a nós confiado. Avançando para nossos dias vemos uma preocupação exacerbada por parte de algumas pessoas com o sucesso, que em muitos casos, é medido pela quantidade de dinheiro que este indivíduo detém. Aquele modelo de vida simples em que a grande preocupação era produzir o necessário para a sobrevivência já parece desaparecer no horizonte da história.

Infelizmente, esta é uma verdade que pode ser observada no cotidiano da maioria das pessoas. A preocupação com a aferição de recursos necessários à sobrevivência está provocando um exagero com a obtenção de valores os quais nunca parecem suficientes. Desta forma, funciona a velha máxima: “quanto mais se ganha, mais se gasta”. Esta visão distorcida da realidade gera um desvio do propósito divino, fazendo com que alguns esqueçam que somos dependentes de Deus e, por mais que lutemos pelo sucesso, de fato, ao chegar o final da vida nos daremos conta de quão incapazes somos diante da realidade da morte. Aí compreendemos que nunca estivemos no controle: chegou a hora de prestar contas com o Criador.

A falta de confiança e o materialismo exagerado em que as pessoas são medidas pelas coisas que possuem e não pelo seu caráter, tem provocado uma deturpação clara de valores e feito alguns perderem de vista as promessas de Deus. Todo cristão sabe que é de sua responsabilidade devolver o dízimo e a oferta como prova de sua fidelidade ao Senhor. Quando dizimamos, estamos reafirmando nossa crença no Deus Criador de todas as fontes terrenas. As implicações são de longo prazo e formam a base da vida religiosa. “Entregar o dízimo não é comprar favores de Deus, mas oferecer ação de graças ao Pai Celeste, que é a fonte de toda a possessão material.”



[1] ALONSO SCHOKEL, Luis. Dicionário Bíblico Hebraico-Português; São Paulo: Paulus,1997 pg.381 

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