“As verdades são, tendencialmente, violentas”. Em seu livro, Gianne Vattimo nos traz uma questão interessante em relação à verdade e nos provoca uma reflexão sobre ela.

O autor acreditava que a verdade está associada à violência e, para ele, a verdade nos mostra uma realidade e nos cobra uma ação, sendo que a ciência quer que acreditemos que ela tem a última palavra. Por sua vez, esta é assumida por algum poder econômico ou político com o intuito de nos fazer acreditar que o que ele diz é verdade, pois está amparada pela ciência objetiva pseuda dona da verdade. Quando não conseguimos entender o outro, passamos a analisá-lo a partir da verdade comprovada por nós; como a maioria não é educada para pensar, acaba aceitando essa verdade.

É interessante notar que o mesmo processo ocorre com a religião a partir do desenvolvimento do pensamento teológico em relação a algumas de suas doutrinas alienantes. Daí surge a opressão no sentido de fazer valer essa verdade. A forma como algumas pessoas agem, às vezes me parece uma reprodução desta forma ditatorial exemplificada por Vattimo, pois tentam impor aos outros suas ideologias sem se importar com as consequências de suas ações sobre a vida da igreja, querem fazer valer sua forma de pensar ainda que outros sejam prejudicados, agem por pura vaidade pessoal buscando sempre satisfazer suas vontades pessoais. Sobre estes, o apóstolo Paulo nos adverte, em sua carta aos Tessalonicenses: “Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe.”  (II Tessalonicenses 3.14)

 

 

Fonte: VATTIMO, G. “Adeus à verdade”. In: Metamorfoses da cultura contemporânea. Porto Alegre, Sulina, 2006. P.88.

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