Mt. 16.18 “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

 

Coluna e firmeza da verdade (I Tm. 3.15). É desta forma que Paulo se refere à igreja. Quando pensamos neste tema, algumas considerações precisam ser feitas a partir de um olhar mais atento às Escrituras Sagradas, pois existem pelo menos dois usos comuns da palavra “igreja”. Na Bíblia, todos os cristãos formam a igreja de Deus (Efésios 1:22-23; 5:22-33). De igual forma, os cristãos que trabalham e cultuam juntos em determinado local são considerados uma igreja (1 Coríntios 1:2).

A palavra grega traduzida como “igreja” significa, literalmente, “chamado para fora” e, assim, refere-se a um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado do mundo e servirem ao Senhor. Olhando para os primórdios da história cristã, vemos aqueles e aquelas que são chamados por Cristo para saírem do pecado e servirem ao Senhor sendo brutalmente perseguidos enquanto dedicam suas vidas a seguir o Mestre mas, com a ascensão de Constantino ao poder (306 ad), a igreja passa a viver um tempo de paz e, como consequência deste período, ela se desenvolve e, à medida que cresce, se torna hierarquizada e complexa. Relações de poder são instituídas dentro dela e com o passar do tempo os homens começam a cobiçar cargos na igreja não para servir, mas para servir-se da igreja.

A politização das relações que deveriam ser de cooperação, união, fé e não de interesse provocam um desvirtuamento do seu propósito original. Favores são cobrados e acordos são firmados no sentido de favorecimento a determinado grupo ou indivíduo, que passam a disputar o poder dentro da igreja. A submissão às autoridades constituídas passa a ser questionadas por aqueles que almejam o poder, porque a política e não a fé governa suas ações. Como consequência desta ação, a Igreja, que é o corpo de Cristo (Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular. I Cor. 12.27) sofre e deixar de cumprir o propósito para o qual ela foi estabelecida aqui na terra. Entendemos que a função primordial da igreja é a evangelização.

Getz afirma: “A igreja existe, portanto, para cumprir duas funções fundamentais – a evangelização e a edificação. Por sua vez, essas duas funções respondem a duas perguntas – primeira: “por que a igreja existe no mundo ?” e segunda: “por que a igreja existe como comunidade congregada ?“. A igreja só pode dar cabo desta missão se tiver a bênção do Senhor.

O Salmo 133 destaca a unidade como fator preponderante para este derramar sobre seu povo. Como consequência desta união haverá vida e vida em abundância. Com frequência, muitos esquecem quem é o Senhor da igreja e já nem lembram que, “ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos” (Daniel 2: 21). Quando veem seus objetivos frustrados, muitos dizem ser o homem que está no controle da igreja. Quando observamos seu início na Bíblia (Atos 2: 42-47), encontramos uma igreja unida com um testemunho tão marcante que as pessoas se sentiam seguras para desprender-se de seus bens em favor do Reino de Deus. Talvez a grande questão aqui seja o envolvimento de seus líderes com o Senhor Jesus e da centralidade dele na vida destas pessoas. Hoje se fala mais no demônio do que em Cristo e mais em cristãos que precisam ser libertos do que no poder libertador dEle sobre a vida daqueles que vivem em trevas.

Nossa grande preocupação na Diretoria da Convenção Paulistana é construir uma igreja que se desenvolva de forma saudável e constante. Para tanto, convocamos todos os membros desta Convenção que empreguem esforços no sentido de combater a falta de unidade na igreja, temos que caminhar unidos em torno de um ideal, evitar as divisões internas e respeitar os líderes que carregam o peso de receberem o mais duro julgamento no dia da vinda do mestre (“Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR”- Jeremias 23 : 1). Infelizmente, tenho observado alguns homens que buscam mais seus interesses do que os de Deus e se esquecem da Sua Palavra e do duro castigo que virá sobre suas vidas no dia da vinda d’Ele. Queremos uma igreja forte que trabalhe unida e atenda a voz de comando, pois, sem isto, é muito difícil caminhar e nossos sonhos ficam cada vez mais longe. Fiquemos com as palavras do apóstolo: “Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros”. Rm. 14.19

 

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